Resenha Literária - Cecília Vargas em Incêndio na Casa-Grande (Kézia Garcia)

Classificação Indicativa: +12 anos

Gênero: Cozy Mystery

Nota: 4/5

Sinopse:

Ela não imaginava que fosse começar a se sentir atraída pelo suspeito do crime que está investigando.

Em Itaipaema, crimes nunca acontecem.

Isso é o que dizem.

Mas Cecília está acostumada com filmes e livros o suficiente para saber que essa é a premissa básica para uma cidade ser palco de vários crimes e mistérios. Por isso, enquanto o avô, delegado, insiste que o incêndio na casa do homem mais importante da cidade, acusado de causar um desastre que matou centenas de pessoas, foi acidental, Cecília tem certeza de que só pode ter sido criminoso, principalmente depois que ela começa a suspeitar do vizinho bonitão.

Indignada com a indiferença da força policial local, Cecília resolve dar uma de detetive amadora e encontrar o culpado pelo incêndio enquanto lida com o irritante senso de humor do vizinho gato.

AVISO: "Incêndio na Casa-grande" é o livro 1 da série "Cecília Vargas", uma série de mistérios aconhcegantes, mas os livros abordam crimes diferentes e podem ser LIDOS SEPARADAMENTE.

Resenha:

A leitura desse livro foi por meio de uma parceria literária com a Kézia Garcia, autora, e assim consegui meu primeiro contato com o gênero cozy mystery. Não conhecia esse gênero, mas percebi que poderia ter sido melhor ter começado por ele ao invés de já ter buscado algo no ramo do suspense. Para os amantes de crimes, mas que não gostam de nada pesado e maçante, essa é uma excelente escolha, principalmente o livro. A autora me explicou que ele realmente tem o intuito de ser uma leitura mais divertida, sem muita pressão psicológica ou angústia. Acredito que por isso não consegui me adaptar tanto, por já estar acostumada com livros de suspense e ficção criminais mais pesados, porém achei muito divertida e fluída a leitura. Não vou mentir que ele foi meu ponto de partida para sair da ressaca literária.

A Cecília é como a maioria das pessoas quando saí do ensino médio e esperam os resultados dos vestibulares: "E agora? Não sei ainda o que quero fazer, mas estou com medo de desperdiçar meu tempo." Entendo totalmente a tensão da nossa querida, principalmente porque fui ter certeza do que queria fazer apenas quando comecei a trabalhar de jovem aprendiz. Esse período que passou em Itaipaema foram essenciais para ela se conhecer e ter uma leve noção do que quer seguir para a vida profissional. Ela é meio temperamental, acredito que muitas vezes se perdeu na resolução dos casos por "achismo" sem ir na busca de evidências concretas.

Em relação à estrutura do livro, os desenhos nos inícios dos capítulos são perfeitos, fora que eles não são muito longos e os diálogos são em travessão (melhor parte). Porém, me dava uma agonia tremenda a repetição de que não há crimes na cidade, que nada desse tipo possa acontecer, e ouvir isso da própria polícia chega até ser uma surpresa. Sendo que a própria Cecília foi furtada na cidade assim que chegou (e até o final do livro ela não recuperou o seu notebook). Não são muitos suspeitos, até porque acham que o crime foi acidental. Fiquei surpresa com a revelação do culpado? Sim. Até porque estava mais preocupada com o possível romance entre Bento e Cecília que nem me toquei muito no crime (as vezes até esquecia disso). Lembrando que o livro possui apenas migalhas de romance, ok?

Sobre o final? Surtei e lancei um spoiler terrível no story, e comentei com a Kézia que um final daqueles era de matar qualquer um de curiosidade. Dei quatro estrelas mais pela repetição de que Itaipaema não tem crimes e pela busca superficial pelo culpado. Entendo que ela é iniciante e que não é formada nisso, mas acredito que seja normal esperar uma postura diferente dos personagens. Amei ver o contato que ela tem com Deus e o quanto busca mudar, entender quando erra e quando deve pedir desculpas (falo porque também sou cristã e gosto de ver isso em alguns livros). Então, estou ansiosa para a continuação e ver mais de Cecília e Bento.