Resenha Literária - Todas as suas (im)perfeições (Colleen Hoover)

Classificação Indicativa: +16 anos

Gênero: Romance

Nota: Entre 3,5 a 4/5

Sinopse:

Uma inesquecível história da rainha do drama Colleen Hoover, Todas as suas (im)perfeições fala sobre um casamento conturbado e uma promessa esquecida que pode ser capaz de salvá-lo.

Todas as suas imperfeições narra a história de Quinn e Graham. Eles se conhecem no pior dia de suas vidas; ela chega mais cedo de uma viagem para surpreender o noivo, ele testemunha a traição da namorada. E é assim que ambos acabam no corredor de um prédio, trocando confidências, biscoitos da sorte e palavras de conforto.

Fim da dança... se o destino não tivesse outros planos para os dois. Meses mais tarde, os acordes tocam para o casal mais uma vez e eles se reencontram. Graham está convencido de que são almas gêmeas. Quinn jamais se sentiu dessa forma antes. A intensidade do sentimento os assusta, mas eles mergulham de cabeça mesmo assim.

O casamento é tudo o que sonhavam, a parceria perfeita. Mesmo nos momentos difíceis, sabem que podem contar com o outro. Nenhum deles desiste do amor que sentem. Até que a primeira nota dissonante abala a sinfonia do casal. Até que Quinn parece estar disposta a trocar tudo o que é pela única coisa que não consegue ser: mãe.

A luta do casal por um filho arrisca os alicerces da relação. Quinn não pode engravidar. Graham não é um candidato para adoção por conta de um erro do passado. O impasse os deixa parados no salão, no silêncio. A orquestra está em suspenso. Os dois parecem surdos para a música do amor.

Em Todas as suas imperfeições, Colleen coloca sua marca em mais uma obra comovente e inesquecível.

Resenha:

Como começar a falar desse livro? Essa é com certeza uma tarefa difícil. Eu já conhecia ele, por meio do booktok, e os comentários que vi eram sobre como era incrível, podendo ser até um dos melhores da Colleen Hoover. Se essa afirmação é verdadeira? Não sei dizer, apenas li três livros dela e percebi que todos eles giram em torno de uma temática, mas deixarei essa crítica para o final da resenha. Voltando a este em específico, estava com uma expectativa imensa, mas não sei dizer se foram todas atendidas.

A estrutura dele é baseada em "antes" e "depois", onde muitas vezes eu quis voltar para o passado e outras, bem poucas, quis ir ao presente. Acredito que, junto com a Quinn, fui idealizando um relacionamento "perfeito" para eles dois, onde poucas coisas poderiam afetar negativamente o casamento. Mas aí veio o baque, havia algo SIM que poderia acabar com o psicológico dos dois. Quero deixar claro que é possível que eu favoreça mais a Quinn nas minhas defesas, acredito que por ser ela a narradora dos fatos e conseguirmos entender mais fácil do que o Graham, mas entendo o sentimento dele (só não aceito como justificativa).

Sendo bem honesta, acredito que o relacionamento deles não teve "tanto" desenvolvimento assim quando falamos do passado. O que quero dizer é que eles não tiveram tempo suficiente de se conheceram, entende? Foi muito rápido e desesperado, como se o amanhã pudesse ser ruim para eles. Além disso, há a questão da falta de diálogo conforme os anos iam se passando, simultaneamente com os problemas no relacionamento. Sei que isso acontece com muitos casais, mas acredito que eles deveriam ter pelo menos tentado conversar, sabe? Pelo menos para aliviar a tensão dentro de cada um e não apenas ir "dançando", como a própria Quinn falou.

Não menos importante, eles tinham uma dependência emocional muito grande, chegando, na maioria das vezes, ao sentimento de posse. A minha ficha caiu sobre isso quando chegou a cena da traição, chorei tanto nela, e percebi, junto com a Quinn, que se ela não tivesse descoberto ele possivelmente não iria parar, mas também não iria querer se separar dela. Aí está a posse, ambos estavam insatisfeitos, mas não o bastante para deixar o outro livre. Inclusive, eu NÃO perdoaria a traição, principalmente pelo modo que eles se conheceram, foi muita falta de consideração e de respeito da parte dele. "Fiquei com ela porque me lembrava de você", foi a desculpa mais esfarrapada que eu já ouvi na minha vida. Você traiu ela porque quis e ponto final, porque não teve coragem suficiente para chegar e tentar entender o que ela estava sentindo, o porquê da rejeição, do isolamento e da insegurança.

Em relação a Quinn, entendo o sentimento dela de querer deixar ele livre para não correr o risco de "estragar" a vida que poderia ter, mesmo que sem ela. Isso dói muito, porque ao você priorizar o sentimento e a dor do outro dessa forma a sua fica obscura, como se pudesse dar conta de tudo sozinha, mas não dá. Sei que muitas vezes foi chato a questão do bebê, acredito que pela ideia que uma criança poderia salvar o relacionamento deles. Essa obsessão fez muito mal a ela, e isso me lembrou do momento "Zumbi". Nossa, essa cena me fez chorar de forma absurda. Mas é incrível como a falta de diálogo e transparência possa ser crucial para a "queda no poço".

Quanto as críticas, acho que o sentimento pós-traição não foi desenvolvido da forma como merecia, sendo muito sutil e rápida a aceitação e superação dos acontecimentos. Além disso, tem o fato de que, absolutamente em TODOS os livros, o relacionamento do casal principal é baseado apenas em sexo, como se todos os problemas do mundo pudessem ser resolvido a base dele. Uma cena hot ou outra, tudo bem, sem problemas, mas o modo como a Coho descreve isso nos livros me dá agonia. Não posso negar que a escrita e a leitura são fluidas, mas, ainda sim, tenho a sensação de que os finais são resolvidos muito rápidos, sabe? Não dei uma nota tão baixa porque existem frases muito marcantes, onde, inclusive, cheguei a escrever um poema sobre alguns momentos do livro, porque me marcaram profundamente. Porém, não consigo dar nota alta pela falta de atenção a dores que mereciam ser aprofundadas e tratadas com uma delicadeza maior, como o aborto e a traição.

Observação: Entendo a crítica sobre deixar as suas imperfeições à mostra faz com que suas qualidades fiquem na sombra, mas ainda acho que poderiam ter sido diferentes algumas situações. Sei que o amor é importante, mas não adianta se ele não for cuidado, onde a felicidade possa correr o risco de ir embora.

E o que vocês acharam do livro?